Durante minha última visita ao Brasil, tive a oportunidade de acompanhar duas grandes manifestações populares de protesto contra o Governo Dilma Rousseff e a corrupção.
Os protestos ocorreram em todos os estados brasileiros e, de acordo com o número estimado de participantes, provavelmente foi a maior mobilização dos últimos tempos. Mas estes protestos não ocorreram apenas no Brasil. Comunidades brasileiras residentes em outros países também se mobilizaram e protestos foram organizados em Buenos Aires, Londres, Lisboa, Miami, Montreal, Vancouver e Nova York.
As manifestações foram pacíficas e incluíram pessoas de todas as idades: crianças, jovens, adultos e idosos. O povo vestido com as cores da bandeira brasileira, verde e amarelo, uniu-se nas avenidas principais das cidades. Por toda parte era possível observar cartazes com dizeres como “Fora Dilma”, “Abaixo o Governo”, “Fim da Corrupção” e outras mensagens do tipo. O hino nacional foi executado e cantado diversas vezes enquanto estive acompanhando a multidão.
Gatilho para os protestos
O escândalo de corrupção na Petrobrás, a piora na economia brasileira, o aumento do desemprego, a alta da inflação e a desvalorização da moeda brasileira, fizeram com que o índice de aprovação do governo de Dilma Rousseff caísse significativamente já no início de 2015.
As classes alta e média-alta, normalmente opositoras aos governos petistas, pregam que Dilma não é capaz de conduzir eficientemente a economia do país. E as classes mais modestas e de movimentos sociais, que formam a base de apoio do governo, sentem-se traídas por medidas anunciadas pela presidente Dilma que contradizem as promessas de campanha.
Reivindicações durante o protesto
Grande parte dos manifestantes defende o impeachment da presidente Dilma e culpa o Partido dos Trabalhadores (PT) pelo escândalo de corrupção na Petrobrás. Outros manifestantes defendem uma intervenção militar, crime inafiançável e imprescritível segundo a constituição do país.
De qualquer forma, eu acredito que todo este “movimento” é benéfico para o nosso país. Estamos discutindo e repensando o Brasil. Estamos conhecendo nossa força enquanto povo. Estamos reavaliando nossos políticos, suas ideias, promessas e atitudes. Certamente estamos amadurecendo.