Acho muito importante reconhecer pessoas que são especialmente solidárias. Pessoas que se importam o suficiente para usar o seu trabalho e seu o sucesso em favor de outros menos favorecidos. Por esta razão hoje escolhi falar sobre o brasileiro Vicente José de Oliveira Muniz, o Vik Muniz.
Quem é Vik Muniz
Atualmente radicado em Nova York, Vik Muniz é um artista plástico bastante conhecido por utilizar materiais inusitados na confecção de suas obras. Suas imagens – algumas delas releituras de grandes mestres da pintura – são feitas com objetos e materiais do dia a dia, como por exemplo açúcar, arame, xarope de chocolate, geleia, manteiga de amendoim, fumaça, gel para cabelo e lixo reciclável. Posteriormente, estas imagens são fotografadas e ampliadas. O trabalhos deste artista de renome internacional, podem ser encontradas em galerias e museus ao redor do mundo: São Francisco, Madri, Paris, Moscou, Tóquio, Londres, Los Angeles e São Paulo.
Lixo Extraordinário – a ideia inicial e o projeto final
O documentário Lixo Extraordinário, filmado ao longo de dois anos, acompanha o trabalho de Vik Muniz num dos maiores aterros sanitários do mundo. No Jardim Gramacho, periferia do Rio de Janeiro, o artista plástico fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis. Sete catadores foram retratados em gigantescas telas compostas de coisas jogadas fora. A idéia inicial era apenas retratá-los.
No entanto, o trabalho final acaba por documentar os sentimentos destes trabalhadores ao imaginar como poderia ser suas vidas fora daquele ambiente. E mostra também como a arte pode ser um agente transformador do espírito humano.
Benefícios que o projeto gerou para a comunidade
Embora outros trabalhos de Vik Muniz também tenham beneficiado a comunidade envolvida, na minha visão este trabalho junto aos catadores de lixo reciclável foi um dos mais significativos em termos de benefícios sociais:
- Cada um dos sete retratados recebeu R$ 10 mil pela participação no documentário.
- A venda das fotos financiou a compra de máquinas e equipamentos com o objetivo de melhorar as condições de trabalho daquele lugar.
- Foram implantados vários cursos de negócios para que os catadores aprendessem a criar e administrar pequenas cooperativas.
- A receita da venda das telas foi doada para a cooperativa do aterro do Jardim Gramacho, onde, na época, trabalhavam 25 mil catadores.
- O valor arrecadado pelo documentário foi revertido para todos os catadores de lixo que lá trabalhavam.
Premiações e reconhecimentos
O documentário sobre este trabalho de Vik Muniz participou de diversos festivais internacionais:
- Indicado como Melhor Documentário no Oscar de 2011;
- Prêmio do Público de Melhor Documentário Internacional (Sundance/2010);
- Prêmio da Anistia Internacional (AI) e Prêmio do Público de Melhor Documentário (Festival de Berlim/2010);
- Prêmio do Público de Melhor Documentário (Full Frame Documentary Festival – EUA/2010);
- Prêmio Target Film Maker – Melhor Documentário (Dallas International Film Festival – EUA/2010);
- Ficou entre os 10 favoritos do público no Hot Docs (Canada/2010).
E se você gostou do trabalho deste artista, olha só esta notícia… Vik Muniz em Squamish, BC
Até a próxima semana!
Gosto muito do trabalho dele e também dos seus textos.
Beijos muitos
Mariani
Oi Mariani, obrigada pelo incentivo… bjs muitos também